O Clube de Leitura deu início à atividade “Clube dos Poetas Vivos” que tem como objetivo dar a conhecer os poetas ainda vivos e que não fazem parte dos programas de Português. No mês de outubro divulgamos a poesia de Fernando Pinto do Amaral.
Escritor português, crítico literário e tradutor, nasceu a 12 de maio de 1960, em Lisboa. Fez o doutoramento em Literaturas Românicas, sendo professor na Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa.
Tendo começado a escrever aos 30 anpos, revela-se como poeta em 1990 com a obra Acedia e, desde então, tem publicado obras de poesia com regularidade. Assim, em 1993, edita o livro de poemas A escada de Jacob, em 1997, Às Cegas e, em 2000, Poesia Reunida.
A sua obra, fundamentalmente poética, espelha uma atitude melancólica que caracteriza a vivência finissecular, vivência esta marcada pela noção de pós-modernidad.
Traduziu ainda o livro do poeta simbolista francês Baudelaire, Les Fleurs du Mal, pela qual recebeu o Grande Prémio de Tradução do Pen Club da Associação Portuguesa de Tradutores e os Poemas Saturnianos, de Verlaine, também na corrente simbolista. Traduziu também toda a poesia do argentino Jorge Luís Borges.
As suas obras mais recentes são o romance O Segredo de Leonardo Volpi e o livro para crianças A minha primeira Sophia, ambos de 2009.
Em fevereiro de 2008 recebeu em Madrid o Prémio Goya, na categoria de Melhor Original pelo seu Fado da Saudade, interpretado por Carlos do Carmo no filme Fados, de Carlos Saura.
Em dezembro de 2009 foi nomeado comissário do Plano Nacional de Leitura.
Em 2012 publicou a coletânea de poesia Paliativos.
Aqui vai um dos seus poemas para aguçar o apetite:
ECO
É mais fácil partir quando o silêncio
transpõe a tua voz.
Mais simples celebrar a tão efémera
certeza de estares vivo.
transpõe a tua voz.
Mais simples celebrar a tão efémera
certeza de estares vivo.
A música do ar esvai-se nas sombras,
tu sabes que é assim,
que os dias correm céleres, não tentes
perseguir o seu rasto – repara
como em abril as aves são felizes.
tu sabes que é assim,
que os dias correm céleres, não tentes
perseguir o seu rasto – repara
como em abril as aves são felizes.
Sê como elas: não perguntes nada,
deixa que o sol responda à flor da tarde
e esquece-te do mundo.
deixa que o sol responda à flor da tarde
e esquece-te do mundo.
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