No dia 18 de Outubro, comemorou-se, em todas as capitais de distrito, às 11h30, o primeiro centenário da I Guerra Mundial. Na cerimónia da cidade da Guarda, que decorreu no Jardim José de Lemos, junto ao Monumento de homenagem aos soldados que participaram na guerra, foram lidos alguns textos em representação das entidades oficiais.
Convidado a estar presente pela Núcleo da Guarda da Liga dos Combatentes através do seu Presidente, Arménio Farinha, ex-funcionário da ESAAG, o Agrupamento Afonso de Albuquerque respondeu afirmativamente e esteve representado pela Diretora do Agrupamento, Amélia Fernandes, e pela Associação de Estudantes da ESAAG. A aluna Joana Margarido, do 12º ano, leu um poema, de Natércia Freire, alusivo ao evento. Aqui fica:
Guerra
São meus filhos. Gerei-os no meu ventre.
Via-os chegar, às tardes, comovidos,
nupciais e trementes
do enlace da Vida com os sentidos.
Estiveram no meu colo, sonolentos.
Contei-lhes muitas lendas e poemas.
Às vezes, perguntavam por algemas.
Respondia-lhes: mar, astros e ventos.
Alguns, os mais ousados, os mais loucos,
desejavam a luta, o caos, a guerra.
Outros sonhavam e acordavam roucos
de gritar contra os muros que há na Terra.
São meus filhos. Gerei-os no meu ventre.
Nove meses de esperança, lua a lua.
Grandes barcos os levam, lentamente...
Natércia Freire, in 'Liberta em Pedra'
Via-os chegar, às tardes, comovidos,
nupciais e trementes
do enlace da Vida com os sentidos.
Estiveram no meu colo, sonolentos.
Contei-lhes muitas lendas e poemas.
Às vezes, perguntavam por algemas.
Respondia-lhes: mar, astros e ventos.
Alguns, os mais ousados, os mais loucos,
desejavam a luta, o caos, a guerra.
Outros sonhavam e acordavam roucos
de gritar contra os muros que há na Terra.
São meus filhos. Gerei-os no meu ventre.
Nove meses de esperança, lua a lua.
Grandes barcos os levam, lentamente...
Natércia Freire, in 'Liberta em Pedra'
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